Acompanhar um reality show, é algo que se torna religioso para muitas pessoas. Diferente de uma série ou novela, o reality entrega em grandes modos, mesmo que às vezes roteirizado, o frescor do desconhecido em questões do que pode vir a seguir. 

Eu cheguei no universo da maior competição de drag queens de uma forma bastante tardia. Por mais que sempre consumisse, diante de amigos e pessoas próximas, acompanhar fielmente chegou para mim apenas durante o período pandêmico. Maratonar todas as temporadas, sabendo da maioria dos spoilers, mas ainda assim torcer por cada uma das participantes, é algo realmente indiscutivelmente único.

A décima sexta temporada é a primeira temporada da edição regular que eu acompanho fielmente, visto que o primeiro da franquia havia sido a edição brasileira. Sendo uma versão longe de spoilers, a emoção de acompanhar cada episódio foi uma experiência sem igual, onde religiosamente estava ali, torcendo para minhas favoritas. 

Trazendo 14 participantes, competindo em 16 episódios, a edição de 2024, na minha opinião, é uma das melhores edições dos últimos anos. Ela vem com tentativas de renovação em sua proposta, visto que já existe um desgaste em vários pontos da fórmula que é discutido pelos fãs da franquia, e muitos atribuem essa atualização e frescor à última mudança de casa do reality, que atualmente é exibido pela MTV norte americana.

Com uma grande diversidade em seu elenco, algo que a equipe vem trazendo desde seu início, em seu primeiro episódio muitas já se tornaram favoritas do público. Devo destacar a ótima ideia de em sua premiere dupla, trazer a dinâmica da avaliação pelas próprias queens, onde as que tivessem as melhores notas iriam dublar entre si por uma “porção” que lhe daria imunidade em algum ponto da temporada, sendo de sua escolha quando e em quem usar.

Com provas centradas em musicais, design e stand up, visto que devido a greve dos roteiristas, os já tradicionais desafios de atuação não puderam ser executados. Logo de início, nomes como Plane Jane e Sapphira Cristál ganharam os primeiros desafios, e nomes como Nymphia Wind, Morphine Love Dion, Q e Dawn chamaram atenção do grande público. 

Em suma, a 16ª edição da temporada regular da franquia entregou grandes momentos, lipsync sensacionais, destacando-se os momentos onde a Morphine e a Mhi’ya Iman Le’Paige apresentaram grandes performances e tomaram os títulos de lipsync assassins. Morphine esta, que na edição da temporada do LaLaPaRuza Smackdown, saiu como grande vencedora, como deve ser.

Em sua grande final, três nomes seguiram em sua plenitude, Plane Jane, Sapphira e Nymphia, onde houve as apresentações solos, e nossa mama Ru, escolheu as duas últimas para dublarem pela coroa, ao som do grande hit da Kylie Minogue, Padam Padam, onde na minha opinião, já se tornou um dos melhores lypsinc for the crown. Trazendo momentos já cravados nos melhores momentos da franquia e quem sabe, da cultura queer

Com um final inesperado, onde qualquer uma poderia tomar a coroa para si, a décima sexta vencedora de RuPaul’s Drag Race, acabou indo para Nymphia Wind. Ela se tornou a primeira artista taiwanesa e a terceira vencedora de origem asiática a ser escolhida. A drag que se destacou na temporada por seu grande estilo para moda, sua predileção pela cor amarela e a referência a banana, conquistou o coração de todos. 

Além disso, vale ressaltar outros momentos do episódio, como o prêmio de Miss Simpatia, que pela primeira vez foi dividido entre a Xumani Muse e a nossa finalista, Sapphira; a artista Cassandra Peterson, conhecida pelo grande público pela sua personagem Elvira, a Rainha das Trevas, foi a homenageada da noite pela sua contribuição a cultura queer, com o Giving Us Lifetime Achievemente Award

Com uma temporada excelente, a 16ª aumenta as expectativas para o que vem por aí, mostrando que nessa fábrica ainda vai rodar por muito tempo. Vale lembrar, que já foi anunciado o cast do All Stars 09, com estreia marcada para 17 de maio, no Paramount +

Nota: 9/10

 

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