Quando foi anunciado a colaboração entre as atrizes Anne Hathaway e Jessica Chastain, eu simplesmente me deliciei com essa notícia. Sou apaixonado pelas duas atrizes, e assistir essas duas dividindo a tela juntas, sorte a nossa. O roteiro escolhido para tal contribuição, seria a adaptação do livro de mesmo nome da autora belga Barbara Abel, lançado em 2012, que já havia sido adaptado em 2018.

Lançado em 28/03 nos cinemas brasileiros, a obra traz as personagens Alice (Chastain) e Céline (Hathaway), vizinhas e amigas próximas em plena década de 60, em um subúrbio norte-americano. Elas são aquele reflexo de família de comercial de margarina, onde seus maridos e filhos são amigos e compartilham suas histórias.

Tudo muda, quando o filho da Céline, Max, fica doente e não pode ir à escola. O que seria apenas um dia normal, acaba se tornando uma tragédia. [spoiler alert] Ao tentar colocar uma casinha para passarinhas na sacada do primeiro andar, o garoto Max cai, indo a óbito no mesmo instante. Tudo acontece em questão de segundos, e a vizinha Alice tenta salvá-lo, sem êxito.

Céline, com a dor de mãe, começa a descontar no mundo e afasta sua melhor amiga, que se culpa também pelo ocorrido. Acontece que coisas estranhas começam a ocorrer ao redor de Alice e sua família, e tudo leva a crer que seja a sua antiga melhor amiga que esteja causando todos esses danos. 

Existe todo um background que foi estabelecido para os personagens, que aprofunda suas relações com as questões criadas. Cèline é uma mulher de sua época, que ama o estilo de mãe e esposa, onde o pequeno Max é seu único filho e por obra do acaso, ela não pode engravidar mais. Vive um relacionamento com tons de controle, como várias mulheres de sua época. Céline por outro lado, mãe do Theo, é super protetora devido aos traumas de outrora, sente falta de sua vida de jornalista, mas como toda mulher de sua época, não é incentivada pelo seu esposo à retornar para essa vivência.

Aos poucos, os tons de paranoia vão tomando conta de todos os locais que são apresentados pela dinâmica corporal dessas duas personagens. Você se questiona o quão manipuladora e vingativa a Céline pode ser ou será que a Alice está aos poucos perdendo a sanidade? O filme permeia essas duas visões a todo tempo e garante ótimos embates entre essas duas poderosas atrizes. 

O trabalho de Benoît Delhomme (Um Dia) é muito bem feito, e traz um competente olhar para essa obra. Entretanto, quem vai esperando algo inovador ou fora da caixinha, pode se decepcionar, visto que em nenhum momento o filme busca sair do clichê do suspense que se é esperado ou do porte do encontro dessas duas atrizes.

Com um final fechadinho e bem trabalhado, Instinto Materno consegue trazer ótimas atuações e mostra a força que essas duas atrizes têm juntas. É um filme feito para o entretenimento e visto assim, cumpre muito bem seu papel, visto que ao sair do cinema você consegue ouvir e enxergar as discussões criadas pelas personagens diante de suas escolhas e o choque do grande público. 

Nota: 7,5/10

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