Eu sempre quis falar sobre Dickinson aqui no Blog do Clubinho, mas sei lá, eu não encontrava as palavras certas para enaltecer uma das séries que mais me conquistou durante os últimos anos. Tendo como protagonista uma das atrizes da nova geração que eu mais gosto, a Hailee Steinfeld brilha em um potencial nunca antes vista.

Baseada na história da poetisa Emily Dickinson, a série da Apple TV+ foi uma das primeiras a chegar ao catálogo do streaming em 01 de novembro de 2019, sendo altamente elogiada pela crítica e logo logo cativando o público. Mesmo se passando no século 19, a produção buscou fazer algo mais atual, com uma linguagem contemporânea e músicas que os jovens escutam atualmente, tal qual Billie Eilish. Algo como vimos na última adaptação de Emma, estrelada por Anya Taylor-Joy.

Ao fazer esse encontro entre o clássico e o contemporâneo, Dickinson discute o papel da mulher e do homem na sociedade, e a luta constante dessa quebra de padrões. Enquanto enfrenta as restrições sociais, nossa protagonista busca encontrar a sua voz tanto dentro, quanto fora de sua família, que é outro quadro bastante importante. Sendo uma núcleo familiar de nome, ela é obrigada a se comportar como é pedido, mas frequentemente enfrenta esses dizeres.

Emily também frequentemente se vê intrigada com a Morte, que é um personagem à parte. Interpretado pelo rapper Wiz Khalifa, ele serve também como consciência da personagem em vários encontros que eles têm. Outros personagens da série também ganham bastante importância, como sua irmã Lavínia (Anna Baryshnikov), que sempre em busca de um amor, diferente da sua irmã, também se vê em eternas quebras de barreiras. Outro personagem que se desenvolve bastante durante a série, é o irmão mais velho Austin (Adrian Blake), que por ser o primogênito, acaba tendo uma grande pressão em seus ombros, que ele muitas vezes não consegue suportar.

(Imagem: Cena da série Dickinson, 2021)
Porém, nada em Dickinson é mais apaixonante do que a relação entre Emily e sua melhor amiga, cunhada e amante Sue (Ella Hunt), que órfã de pai e mãe, busca conforto na casa dos Dickinson. Perdidamente apaixonadas uma pela a outra, elas tem que enfrentar a sociedade e esconder seu amor. Mesmo vivendo de acordo com os costumes da época, elas não deixam isso minar o que possivelmente pode destruí-las. Mesmo após o casamento de Sue e Austin, o relacionamento delas não para de crescer, e em meio as cartas e poemas que Emily escreve essa relação vai se construindo.Ao adentrar em seus acontecimentos históricos, a série dá vários acertos, como tratar da Guerra Civil e do papel do negro tanto na sociedade, quanto na guerra, é apresentada de forma bastante interessante. São momentos incríveis, onde o roteiro traz delicadeza e até um didático não desgastado, fazendo qualquer um aprender. Além disso, outros personagens que fazem parte da história estadunidense são apresentados vez ou outra, como Edgar Allan Poe (Nick Kroll), Sylvia Plath (Chloe Fineman), Henry David Thoreau (John Mulaney), entre outros.

Com três temporadas, a série chegou ao fim no ano de 2021, com uma média de 92% no Rotten Tomatoes pela crítica e 91% pelo público. Totalizando 30 episódios de 30 minutos, é uma série rápida que conseguiu contar sua história de forma magnífica e direta. Acabei querendo conhecer mais e mais essa grande poetisa que foi Emily Dickinson.

Nota: 10/10

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