Oi, meu nome é Adan e estou aqui para dar início a minha coluna, Aterrorizadan. Para quem ainda não sabe do que se trata, eu vou descarregar todo o meu amor (e meu ódio) aqui sobre o melhor e o pior da área do horror. Para começar, nada melhor do que ser com o reizinho do cinema atual, James Wan, e seu último lançamento, Maligno.

Após um tempo sem dirigir um bom filminho de terror, área onde ele se firmou como um dos melhores e, diga-se de passagem, a galinha dos ovos de ouro diante dos estúdios, James Wan simplesmente nos trouxe duas das franquias mais prolíferas da indústria: Jogos Mortais e Invocação do Mal (vide: seu universo compartilhado).

Maligno é dirigido, produzido e com roteiro original do próprio Wan, em parceria com Ingrid Bisu e Cooper, trazendo em sua proposta um possível filme de espírito/possessão se misturando com um assassino slasher. A película é uma grande homenagem ao cinema de horror e só por isso já basta.

No início você captura umas referências oitentistas, um visual mais escuro, um predisposto de que alguma coisa ali está errada, que a qualquer momento algo vai acontecer: e acontece. Em Maligno, o interesse na história é a todo momento fermentado com informações aqui ou ali. Seja através de flashbacks, conversas ou visões que a protagonista tem com o vilão, chamado de Gabriel, que a faz ter.

James Wan, de uma forma sutil, repassa pelo cinema de terror desde seu início, mas mesmo assim traz uma originalidade ímpar. Em alguns momentos, sim, não nego, caí na risada devido a algumas cenas que ousam o maneirismo do slasher dos anos 80, onde o impossível era possível, porém o importante é lembrar que mesmo sendo horror, ainda é fantasia e toda essa imersão é importante.

Ao assistir Maligno, me livrei das amarras impostas pelo cinema onde a crueza e o jogo de realidade são necessários. Criei-me a base de um boneco sendo possuído por um serial killer ou um assassino mascarado que não morre nem queimado, e sempre está disposto a matar sua vítima de formas mais engenhosas possíveis. Aqui, o gore é um elemento do filme, onde as mortes são extremamente coreografadas e bem maquiadas. Cenas essas que remetem ao giallo italiano da década de 70, figurando com as cores fortes em suas cenas, tendo o foco na arma em questão que irá ceifar vidas, a real protagonista de suas cenas.

Aos poucos o filme vai entrando cada vez mais em sua resolução, mostrando ao espectador quem é ou o que é o monstro principal. Será uma dupla personalidade da protagonista ou um espírito obsessor que a persegue? E aqui encontramos o suco que precisamos para manter a vontade de continuar mais acesa que nunca. No momento de sua revelação, me remeti ao um filme trash oitentista chamado Basket Case e quem já ouviu falar ou viu, vai entender do que estou falando. É simplesmente INCRÍVEL toda a loucura criada nesse roteiro e ao mesmo tempo, um divertimento sem igual.

Na década passada, tive uma imersão gritante dentro do cinema de terror B, principalmente das décadas de oitenta e noventa, onde biscoitos, carros e afins, poderiam ser o foco dos assassinatos. Logo, ao ser tentado pelo condutor dessa história tendo com a resolução do caso algo extremamente bizarro, me peguei lembrando dessa década, onde o divertimento é a base da imaginação do diretor.

Maligno é um filme divertido, em alguns momentos assustador, e entrega um cinema de horror de raízes no fantasioso. James Wan entrega aqui um trabalho único, fugindo às vezes do que é visto no cinema atual de horror, algo que ele sempre busca fazer em suas obras.

O filme está disponível na HBO Max e você pode assistir sempre que quiser.

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